Capitão Marvel

A mais recente entrada do universo cinematográfico criado pela Marvel Studios chega agora aos cinemas, mas é anterior a quase todos os outros filmes que vimos. A trama ocorre...

A mais recente entrada do universo cinematográfico criado pela Marvel Studios chega agora aos cinemas, mas é anterior a quase todos os outros filmes que vimos. A trama ocorre nos anos 90 provando assim que já existe mercado e distância suficiente para nostalgia dos 90’s.

A Capitão Marvel (que soaria bem mais agradável se fosse a Capitã Marvel) é um filme que não se limita a decorrer nos anos 90, toda a aventura emana uma aura noventista que deixa a sensação deste filme ter sido feito nessa época.

Sendo fã de bd naturalmente que ando sempre com a minha “bagagem” atrás quando vejo estes filmes. A Capitã Marvel que conhecia nos anos 90 era outra. Carol Denvers era conhecida como Miss Marvel e nem era muito popular. O seu maior feito era ter sido a fonte dos poderes da “Rogue”, uma integrante dos X-Men (que durante os 90s estavam no auge da popularidade). A denominação Capitan Marvel foi até disputada judicialmente entre a Marvel e a DC. Curiosamente, daqui a um mês vai estrear “Shazam” da DC e também ele foi chamado de Capitão Marvel tendo estado no centro desse processo. A marvel ganhou e detém a exclusividade de usar este título nas suas capas. O Capitão Marvel original da Marvel era um homem que teve uma respeitosa e normal morte, incomum até, para os comics. Morreu de cancro rodeado dos seus amigos numa bonita edição especial. Talvez por ter sido feito com tanta dignidade o Capitão Marvel permaneceu morto nos comics, algo também incomum.

Em 2012 a Marvel Comics voltou a activar o nome Capitan Marvel, colocando Carol Denvers a carregar o manto. Começou-se a construir peso para a personagem. Essa importância que lhe foi conferida por mandato culminou na não muito memorável saga Guerra Civil 2 em que foi a principal protagonista juntamente com Iron-Man. Uma vez mais a Marvel preparava caminho para a personagem que ia passar da BD para o cinema.

Serve isto para dizer que a história da Capitã Marvel na bd não é longa, nem o cânone muito cristalizado o que dá bastante liberdade à adaptação. O que quer que fosse mostrado estaria mais ou menos fiel uma vez que os elementos fundamentais estão lá e os elementos mais fracos tinham sido removidos, como por exemplo o facto da Ms. Marvel (Carol Denvers) original ser um derivado do Capitão Marvel. Ainda assim, a sua crescente importância tanto na bd como no cinema surge de forma não orgânica.

A aventura tem um ritmo elevado dando pouco espaço para conhecer as personagens que na sua maioria já são familiares. Embora o filme resulte sem ter visto os anteriores, fica bem evidente que este filme é como uma entrada do prato principal que vai ser servido em abril com o Avengers: Endgame.

Ainda assim o filme oferece uma expansão do universo Marvel, ótimos efeitos visuais, muitas referências aos anos 90, algum humor e muito girl power.

Sendo uma narrativa relativamente linear, oferece espaço para algumas surpresas mas não é a história a valência mais forte do filme. Nem a história, nem a direção que entrega sempre cenas de ação confusas e não muito imaginativas. Simples, não muito ambicioso, mas resulta, cumprindo o objectivo de apresentar uma nova personagem dentro do “estilo marvel” numa aventura cósmica. Não chega perto de ser um dos melhores filmes da Marvel mas de forma alguma é um dos piores ou até mesmo um mau filme. Se removido do Universo Marvel porém, os problemas que o filme tem seriam bem mais dramáticos.

A comparação óbvia de que este filme pode ser alvo é o recente “Mulher Maravilha” que é “mais filme”, no entanto sabe bem ver um filme da Marvel que não está sobrecarregado com humor e apesar de dentro da “lógica Marvel” é diferente dos outros ainda que não tenha encontrado uma identidade.

Resulta e permite que Marvel tenha agora uma personagem que possa ser uma referência para um público feminino. Com uma boa mensagem que espectadores mais jovens podem gostar muito, mas os mais crescidos que irão continuar a preferir ver o “Soldado de Inverno”.

Nota: 6.5

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